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(Imagem /)


Aos poucos a autoridade do bispo de Roma foi sendo consolidada sobre todos os outros patriarcas e bispos. O próprio imperador Teodósio que se humilhara publicamente diante de Ambrósio, submetendo-se à penitência mencionada, foi quem, também, empregou a palavra PAPA, referindo-se ao bispo de Roma.




É interessante lembrar que, na evolução e consolidação da supremacia do bispo de Roma sobre todo o professo cristianismo, somente vários séculos depois da morte de Pedro foi ele citado como sendo o primeiro papa. Segundo esta afirmação os outros bispos de Roma seriam seus legítimos sucessores, pelos méritos de Jesus Cristo. Leão I (440-461), bispo de Roma, e, portanto, Papa, de acordo com o imperador Teodósio, foi quem primeiro estabeleceu esta pretensão.




Diz a História: Leão I foi o primeiro Bispo de Roma a proclamar que Pedro fora o primeiro papa, a defender a sucessão do papado a partir de Pedro, a vindicar a primazia diretamente de Jesus Cristo e a ser bem sucedido na aplicação destes princípios para a administração papal dos negócios da Igreja. Leão I deu à teoria do poder papal a sua forma final e fez desse poder uma realidade. Foi ele quem obteve um edito do imperador declarando que as decisões papais têm força de lei (Processo Histórico..., p. 88).




A Igreja Católica atribui, ainda, a esse papa, o título de Magno e a seguinte e absurda exclamação: A dignidade de Pedro não sofre diminuição por indigno que seja o seu sucessor . A mesma fonte afirma que logo após a sua morte teve ele culto de santo e, ainda, que S. Leão criou representantes permanentes seus nas côrtes, princípio das nunciaturas . (CORRÊA, Iran (Padre), Biografias dos Papas, S. D. B., p. 103).




O historiador Oliveira Lima, em sua História da Civilização, Edições Melhoramentos, destaca como título: A Igreja Sucessora do Império a Hierarquia. Diz o texto histórico: Escreve um historiador que na Igreja Cristã se inoculou com Constantino o espírito militar de Roma e foi ela (a Igreja) de fato dentro em pouco a mais legítima sucessora do Império Romano, modelando-se pela sua organização e crescendo como um grande Estado espiritual, servido por uma hierarquia, o qual se sobrepôs sobre o Estado temporal. Contando com o pontífice único e supremo, havia patriarcas, em número de cinco, no fim do século IV e residindo em Roma, Constantinopla, Alexandria, Antioquia e Jerusalém. Abaixo dos patriarcas estavam os arcebispos metropolitanos de províncias nas quais existia desde o século III um corpo episcopal, tendo-se congregado as primitivas irmandades assistidas pelos presbíteros e anciões e governados pelos bispos ou fiscais, do grego epíscopos. A expressão ecclesia é a mesma grega para assembléia popular. O termo latino PAPA (pai) aplicava-se no começo a todos os bispos e mesmo aos padres. Do século VI em diante foi que entrou a designar particularmente o bispo de Roma, a quem Gregório VII, pontífice romano, em 1. 076 o mandaria aplicar exclusivamente com o epíteto prefixo de Santo. Entre os patriarcas o de Roma sempre se considera o primaz, por instituição divina na pessoa de São Pedro e seus legítimos sucessores; esse primado se tornou visível pelo prestígio incomparável de Roma entre as cidades do mundo (Obra citada, p. 149).




Ao tornar-se a igreja de Roma a legítima sucessora do império, cumpriu-se o texto da profecia: e o dragão deu-lhe o seu poder, e o seu trono, e grande poderio (Apocalipse 13:2).




Dando seqüência à referência histórica mencionada, destacamos: Foi Constantino quem maior incentivo e facilidade prestou à convocação em Nicéia, na Ásia Menor, em 325, do primeiro Concílio Ecumênico, que definiu o credo cristão contra as primeiras heresias, das quais a mais famosa foi o arianismo; do nome do presbítero Ário que a suscitou, negando a igualdade de Deus filho com Deus pai e, portanto, a concepção ortodoxa . Com Teodósio, o Grande, (379-395) foi o Cristianismo feito religião do Estado, sendo proibidos os sacrifícios aos deuses pagãos, fechados seus templos e arrecadados os bens respectivos. Todo o patrocínio oficial foi dado ao Cristianismo, sendo facultado às suas associações recolherem doações e legados e contribuindo o próprio imperador com donativos em dinheiro e terras. Da pobreza passava assim a Igreja à abastança e a lei de Cristo sobrepujou de tal forma a lei de César, o poder espiritual tanto prestígio ganhou sobre o temporal, que no século IV, Santo Ambrósio proibiu a entrada no templo a Teodósio, o Grande, por haver ordenado o massacre dos habitantes de Tessalônica. O imperador, após confessar o pecado, teve que fazer penitência pública por oito meses à porta da Igreja (Obra citada, p. 149).




Todo o sistema administrativo que deu origem e sustento ao poder papal foi cuidadosamente organizado, tendo por base e inspiração o sistema imperial e pagão, como adiante se esclarece: Após isto, convém concluir, a organização do clero secular da Igreja passou por um verdadeiro processo de romanização . Assim como os sacerdotes pagãos de Roma se agruparam em três colégios , os PRELADOS, eleitores do Papa, chamados de Cardeais, passaram a formar o Sacro Colégio . Para aumentar as semelhanças com as estruturas do poder romano, o principal órgão administrativo e judiciário desta Igreja romanizada recebeu o nome de Cúria, antigo Tribunal Romano, onde se reunia o senado (Processo Histórico..., p. 87). Neste período, o antigo nome do chefe da religião pagã em Roma, PONTIFEX MAXIMUS, já é utilizado para designar os bispos de Roma, os Papas. Eles já haviam assumido totalmente o espírito babilônico, de serem a suprema ligação do homem com o céu (Obra citada, p. 88).




O período da Igreja Cristã representado pela carta à Igreja de Pérgamo, que significa elevação , iniciado no ano de 313 chegou ao fim no ano de 538, que marca o início do quarto período, representado pela carta à Igreja de Tiatira, que significa sacrifício de contrição e que marca a ascensão do bispo de Roma como cabeça universal de todas as Igrejas e detentor do poder temporal sobre todos os reinos do mundo.




Este é o mais longo período referido nas profecias do Livro da Revelação, o Apocalipse, e tem a duração de 1.260 anos. É ele o mais terrível e sangrento período, caracterizado pela intolerância religiosa e perseguição mortal desencadeada contra os que se opõem ao seu poder.




É nesse período que, removidos todos os obstáculos, o homem do pecado, o filho da perdição se assentará como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus , assumindo as suas características de Anticristo, isto é, aquele que, mudando a lei e as doutrinas de Cristo e perseguindo e matando os Seus verdadeiros seguidores, se intitula o Vigário, ou substituto de Cristo.